Em julho de 2016 foi concluído o projeto de “Tratamento e Difusão do Arquivo Pessoal de António Sérgio” cujo objetivo era o de colocar em linha o espólio documental deste grande pensador, quer através da descrição da documentação quer através da disponibilização de imagens de alta qualidade de cada um dos documentos.
O mesmo, realizado na Casa António Sérgio, contou com o apoio da CASES assim como de fundos da FCG ao abrigo do “Concurso de Recuperação, Tratamento e Organização de Acervos Documentais 2015”.
O projeto, que teve a duração de um ano, incluiu várias etapas, distintas entre si mas complementares:
1. Conservação preventiva – remoção de elementos metálicos que fossem, ou pudessem ser, causadores de ferrugem na documentação; limpeza da documentação com recurso a materiais adequados (trincha e absorene); pequenos restauros para travar a deterioração do suporte; acondicionamento da documentação em pastas feitas em material acid-free (com ph neutro).
2. Preparação para digitalização – a cada documento foi atribuída uma cota unívoca que permitisse a sua identificação de forma clara e rápida. A documentação foi depois entregue a uma empresa especializada que procedeu à sua digitalização e posteriora devolução à CAS, juntamente com as respetivas imagens.
3. Descrição arquivística – esta etapa consistiu na descrição intelectual e física de cada um dos documentos que compõe o espólio de António Sérgio. Para uma recuperação mais fiável da documentação foram criados, quando apropriado, pontos de acesso normalizados para o campo assunto. Visando o futuro e a evolução da descrição arquivística foram criadas autoridades arquivísticas para os autores, sempre que os mesmos eram identificados (direta ou indiretamente) nos documentos. A criação de autoridades permite que com a evolução para um modelo relacional tipo FRBR (Functional Requirements for Bibliographic Records) já existam as bases para a criação das relações.
4. Inserção das digitalizações nos registos correspondentes – os documentos existentes no fundo António Sérgio foram digitalizados e inseridos nos respetivos registos, pelo que o utilizador que os consulta não só acede à informação sobre a documentação como a uma imagem da própria documentação.
A execução deste projeto permitiu que o espólio de António Sérgio, que se encontra sob a custódia da CASES, na Casa António Sérgio, possa ser agora consultado em linha através do endereço http://cdiantoniosergio.cases.pt/nyron/Library/catalog/ . O utilizador poderá descobrir a documentação que compõe este espólio, como aceder às respetivas digitalizações, sem ter que se deslocar. Este novo modelo permite uma maior divulgação da documentação, maior conforto para quem a pretende consultar, melhoria das condições de conservação da documentação que deixa de ter que ser manuseada para poder ser consultada.
Curiosidades:
Números:
Registos: a descrição do Fundo António Sérgio implicou a criação do registo de 1835 documentos simples, 8 documentos compostos e 1 processo. Estes documentos encontram-se distribuídos por 434 subcolecções que por sua vez se distribuíram por 21 coleções.
Autoridades: 716 descritores; 243 descritores autor; 43 descritores coletividade autor; 53 entidades singulares.
Tempo: um registo poderia demorar entre 5 minutos a várias horas dependendo das suas características. As características que determinam a complexidade de um registo relacionam-se com a sua dimensão (número de páginas); forma de impressão (manuscrito, dactilografado ou impresso); idioma e complexidade do(s) assunto(s) tratado(s).
Idiomas encontrados neste fundo: 8 – português, inglês, francês, alemão, holandês, italiano, galego e latim.