O Instituto Nacional de Estatística (INE) e a Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES) divulgam os resultados da quarta edição da Conta Satélite da Economia Social (CSES), relativa aos anos 2019 e 2020. O projeto foi desenvolvido no âmbito de um protocolo de colaboração entre o INE e a CASES.
Com esta nova edição da CSES, disponibiliza-se a informação estatística mais atualizada para uma avaliação exaustiva da dimensão económica e das principais características da Economia Social (ES) em Portugal. Adicionalmente, incidindo em 2019 e 2020, constituindo se como a primeira CSES contendo dados de dois anos, esta iniciativa permitiu captar os efeitos iniciais que a pandemia global provocada pelo novo Coronavírus terá tido no sector.
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Resumo dos resultados.
Em 2020, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) da Economia Social (ES) representou 3,2% do VAB da economia nacional, tendo aumentado ligeiramente (0,4%), face a 2019. Esta evolução foi contrária à que se observou na economia nacional, cujo VAB diminuiu 5,8%, no primeiro ano em que se sentiram os efeitos adversos da pandemia COVID-19.
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Entre 2019 e 2020, as organizações da ES foram responsáveis por 5,1% e 5,2% do emprego total e por 5,8% e 5,9% do emprego remunerado da economia nacional. Ademais, é de notar que o emprego e o emprego remunerado na ES aumentaram ligeiramente (0,3% e 0,4%, respetivamente), revelando uma evolução também oposta à que se observou na economia nacional (diminuição de 2,2% e 1,4%, respetivamente).
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Por grupos de entidades da ES, em ambos os anos, destacaram-se as Associações com fins altruísticos que, em conjunto com os Subsetores comunitário e autogestionário, congregaram mais de 95% do total de unidades e mais de 60% do total do VAB, emprego remunerado e remunerações da ES.
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A saúde e os serviços sociais foram as atividades mais relevantes em termos de VAB e emprego, verificando-se que a Saúde foi responsável por 25,5% do VAB e 33,2% do emprego remunerado da ES.
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A CASES salienta como especificidade desta Conta Satélite o forte impacto em 2020 da pandemia mundial provocada pela doença COVID-19. A Economia Social, veiculada por Cooperativas, Associações Mutualistas, Misericórdias, Fundações, IPSS, Associações com fins Altruísticos e os Subsetores comunitário e autogestionário, revelou um comportamento económico positivo quando comparado com o da economia nacional. Consequentemente, e mais uma vez, este setor revelou o seu carácter resiliente e contracíclico na resposta a um momento de crise.
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No dia 6 de setembro será divulgada uma publicação detalhada acompanhada por uma sessão pública, com streaming e tradução simultânea, que reunirá os resultados agora apresentados bem como um conjunto de apuramentos adicionais que complementam a CSES 2019/2020.