World Coop Monitor 2025
O World Cooperative Monitor 2025, apresentado em Doha durante a Cimeira Social Mundial das Nações Unidas, confirma, na sua décima terceira edição, o seu papel de observatório global do movimento cooperativo. Produzido pela Aliança Cooperativa Internacional em colaboração com o EURICSE, analisa as 300 maiores cooperativas e mútuas do mundo, que em 2023 registaram um volume de negócios conjunto de 2,8 biliões de dólares. Este evento também serviu como encerramento oficial do ano internacional das cooperativas (AIC).
Esta edição, publicada durante o Ano Internacional das Cooperativas, destaca-se pela colaboração com o Cooperatives and Mutuals Leadership Circle (CM50) e pelas entrevistas realizadas pela Co-op News, que oferecem exemplos concretos de como as cooperativas geram impacto positivo para os membros e as comunidades.
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Primeiro mapa mundial de locais de património cultural cooperativo revelado
A Aliança Cooperativa Internacional apresentou, no Palácio Itamaraty em Brasília, a nova Plataforma de Património Cultural Cooperativo e o primeiro Mapa Mundial dedicado aos locais que testemunham o legado cultural e histórico do cooperativismo. Esta iniciativa pretende valorizar a herança viva do movimento e reforçar a consciência de que as cooperativas são, além de empresas, guardiãs de identidade, solidariedade e desenvolvimento comunitário.
A edição inaugural do mapa reúne 31 locais de 25 países, incluindo Rochdale, o Monumento ao Cooperativismo de Nova Petrópolis, instituições cooperativas na Índia, EUA, Tanzânia e Suíça. O projeto foi desenvolvido em parceria com a OCB do Brasil e a NCDC da Índia, refletindo a colaboração global do setor. Para a ACI, estes locais são “salas de aula vivas” que demonstram como a cooperação moldou sociedades mais justas ao longo das décadas.
O lançamento marca igualmente o início de um processo mundial de nomeações. Cooperativas e comunidades podem propor novos locais e tradições, seguindo critérios definidos na nova Carta de Reconhecimento, que assegura autenticidade, participação comunitária, inclusão e sustentabilidade. As candidaturas selecionadas receberão o Selo ACI-CCH e integrarão o Mapa Global. A iniciativa é coordenada pelo Grupo de Trabalho da ACI sobre Património Cultural Cooperativo.
Para mais informação consultar aqui: First world map of cooperative cultural heritage sites unveiled | ICA
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Finanças éticas e o futuro da economia social
No dia 1 de dezembro, o 8.º Relatório sobre Finanças Éticas na Europa, intitulado “Capital para o Bem Comum: Bancos Éticos e a Economia Social para o Futuro da Europa”, foi presentado no Parlamento Europeu, em Bruxelas. O encontro reuniu representantes da FEBEA, GABV, BEI, Comissão Europeia, Social Economy Europe e Grupo Banca Ética para debater a contribuição das finanças éticas para o futuro da economia social europeia.
O EURICSE contribuiu para a edição de 2025 do Relatório com um capítulo dedicado à economia social na Europa. Essa contribuição analisa em maior detalhe a relação estrutural entre as finanças éticas e as organizações da economia social, destacando complementaridades e sinergias.
Para mais informações consultar: Ethical finance and the future of social economy – Euricse
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2.º Congresso Internacional de Economia Social de Castela e Leão
Nos dias 10, 11 e 12 de novembro de 2025 realizou-se em Salamanca o 2.º Congresso Internacional de Economia Social de Castela e Leão (Espanha), organizado pela Associação de Entidades Representativas da Economia Social de Castela e Leão (ASECYL) e promovido pela Junta de Castela e Leão.
Este encontro, que deu continuidade ao realizado em 2024, teve como objetivo valorizar o papel estratégico da Economia Social na Comunidade, destacando o trabalho das entidades representativas e, especialmente, das empresas que, com o seu compromisso diário, geram emprego, dinamizam a economia e ancoram um inegável valor social.
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Do percurso à prática: a viagem da Economia de Proximidade e da Economia Social da UE continua
Depois de dois anos de trabalho partilhado, o Roteiro de Transição da UE para a Economia de Proximidade e a Economia Social encerra um capítulo importante, transformando políticas em ações concretas. Mais de 800 organizações, 260 recursos e centenas de compromissos ajudaram a demonstrar que a economia social não é um nicho, mas sim um motor da resiliência, da inovação e da competitividade da Europa.
À medida que a Plataforma, promovida pela Comissão Europeia e desenvolvida também com o contributo do EURICSE, evolui para um trabalho transversal aos ecossistemas industriais europeus – do turismo aos têxteis, do agroalimentar à construção – destaca-se uma lição fundamental: as alianças são o novo sistema operativo das transições verde e digital.
Leia a nota de encerramento da equipa editorial e descubra o que se segue para a economia de proximidade e a economia social na Europa.
Para mais informação consultar: https://transition-pathways.europa.eu/pse/articles/pathway-practice-closing-note-eu-pse-platform-editorial-team
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Cooperatives Europe lança nova série de diálogos sobre crises e recuperação
Cooperatives Europe lança uma nova série de diálogos sobre o papel das cooperativas em contextos de crise e recuperação, com início a 10 de dezembro, Dia dos Direitos Humanos das Nações Unidas. A iniciativa pretende mostrar como os valores e princípios cooperativos ajudam comunidades afetadas por conflitos, desastres e ruturas sociais a proteger direitos, reconstruir confiança e promover recuperação a longo prazo.
Intitulada “O Poder da Cooperação na Promoção de uma Economia de Direitos Humanos em Contextos de Crise”, a série integra cinco diálogos no âmbito da campanha internacional #coops4dev🌍, e decorre até meados de 2026. Alinhadas com a visão do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos de uma economia centrada nos direitos humanos, as cooperativas destacam-se por reinvestirem localmente os excedentes e colocarem as necessidades das pessoas e do território no centro da sua ação.
O primeiro diálogo, “Cooperar pelos direitos humanos: empreendedorismo resiliente em crises”, realiza-se online a 10 de dezembro de 2025, entre as 13h00 e as 14h30, mediante inscrição prévia. Registar aqui.
Seguem‑se sessões em 2026 sobre a preparação para crises e direitos sociais, construção comunitária transfronteiriça, e respostas a crises ambientais. A iniciativa distina-se a membros da Cooperatives Europe, dirigentes cooperativos de todo o mundo e especialistas em paz, reconciliação e reconstrução, bem como a todos os interessados em processos de reconstrução comunitária liderados localmente.
Para mais informações consultar: Cooperatives Europe Launches a New Dialogue Series on Crises and Recovery – Cooperatives Europe
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A Social Economy Europe apresenta o INSPIRE para o desenvolvimento rural inclusivo
A Social Economy Europe apresentou o projeto INSPIRE na oficina de política pública “Aproveitar a inclusão social para a resiliência rural na Europa”, organizada pelos projetos financiados pela UE ESIRA (Inovação Social em Áreas Rurais) e SERIGO (Economia Social para Resiliência, Inclusão e Boa Vida em Áreas Rurais), a 20 de novembro. Foi uma boa oportunidade para destacar o papel das iniciativas de economia social no reforço da resiliência rural e para mostrar como o INSPIRE contribui para um desenvolvimento territorial inclusivo e sustentável.
O projeto INSPIRE promove o bem‑estar e a inclusão das populações que vivem em zonas rurais europeias, através de investigação, propostas de políticas públicas e intervenções‑piloto. Analisa a inclusão social e o acesso a serviços sociais em meio rural e oferece capacitação em empreendedorismo social a residentes rurais, com foco particular em grupos vulneráveis. Laboratórios de Aldeias Inteligentes em sete áreas‑piloto reforçam a comunidade local e promovem o empreendedorismo social.
O projeto é coordenado pela White Research (Bélgica) e reúne 17 parceiros de 10 países: Bélgica, Grécia, Espanha, França, Chéquia, Irlanda, Eslováquia e Polónia.
Mais informações em: https://inspireprojecteu.eu/
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A Social Economy Europe participou no Diálogo de Alto Nível “As Cooperativas Constroem um Mundo Melhor”
A Social Economy Europe marcou presença no diálogo de alto nível “Cooperatives Build a Better World”, realizado a 19 de novembro na sede da Euractiv. O encontro reuniu líderes cooperativos e representantes políticos europeus para refletir sobre o contributo das cooperativas para uma economia mais justa e humana.
Juan Antonio Pedreño deixou um alerta firme: a proposta de Quadro Financeiro Plurianual 2028–2034 poderá reduzir o apoio à economia social, enfraquecendo justamente o setor que mais tem contribuído para a coesão social, o emprego inclusivo e a resiliência das comunidades. Numa fase em que a Europa enfrenta desigualdades crescentes, esta opção política pode comprometer a tão necessária “autonomia estratégica” da União.
Os restantes intervenientes reforçaram esta preocupação. Sublinhou-se que a economia social é motor de inovação e que as cooperativas criam emprego digno onde outros modelos falham. Foi também recordado que milhões de famílias dependem de serviços cooperativos, desde a saúde à distribuição farmacêutica. Para Giuseppe Guerini, a resposta é clara: a Europa precisa de políticas que reforcem, e não fragilizem, este pilar essencial do seu modelo social.
Para mais informações consultar: https://www.socialeconomy.eu.org/2025/11/19/social-economy-europe-participates-in-the-high-level-dialogue-cooperatives-build-a-better-world/
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Proclamação do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres
No Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres – 25 de novembro, a Aliança Cooperativa Internacional (ICA) reuniu movimento cooperativo para denunciar todas as formas de violência de género e reafirmar que estas contrariam profundamente os valores de solidariedade, equidade e dignidade que definem o cooperativismo. A proclamação recorda dados alarmantes da OMS: 840 milhões de mulheres já sofreram violência ou violência sexual pelo parceiro; 11% foram vítimas no último ano; 263 milhões enfrentaram violência sexual por terceiros; e, em 2023, mais de 51.000 mulheres foram assassinadas por parceiros ou familiares. As crises, incluindo as alterações climáticas, agravam o risco, e apenas 2% dos casos chegam aos meios de comunicação.
Face a esta realidade, as cooperativas afirmam que nenhuma mulher deve viver com medo, abuso ou silêncio imposto. Reconhecem o papel essencial das mulheres como líderes, construtoras de paz e guardiãs do bem-estar social, assumindo o compromisso de criar espaços seguros e livres de discriminação. A proclamação rejeita toda a forma de violência e apela a uma cultura de respeito, prevenção e responsabilidade partilhada, convidando todos a serem agentes de mudança.
O movimento conclui defendendo um futuro onde todas as mulheres vivam livres, seguras e plenamente respeitadas.
Para mais informação consultar: Proclamation for the International Day for the Elimination of Violence against Women | ICA
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Mesa Redonda de Alto Nível da ACI sobre o Fortalecimento dos Três Pilares do Desenvolvimento Social na Cimeira Social Mundial em Doha
Durante a Segunda Cimeira Mundial para o Desenvolvimento Social, realizada a 4 de novembro em Doha, teve lugar uma mesa-redonda de alto nível dedicada ao reforço dos três pilares do desenvolvimento social: erradicação da pobreza, emprego pleno e trabalho digno para todos e inclusão social. O encontro, copresidido pelos Presidentes do Montenegro e do Quirguistão, reuniu mais de 40 Chefes de Estado e de Governo, 170 representantes ministeriais, dirigentes de organizações internacionais, jovens e sociedade civil, num total de 14.000 participantes.
A Aliança Cooperativa Internacional (ACI), enquanto organização acreditada no ECOSOC, teve a oportunidade de intervir. O Presidente da ACI, Ariel Guarco, encerrou a sessão, recordando que 2025 — Ano Internacional das Cooperativas — permitiu dar voz a um bilião de cooperadores e reforçar a visão do movimento para o desenvolvimento social e um futuro sustentável. Guarco destacou que a pobreza continua ligada a condições de vida precárias, violência, deslocações forçadas e maior exposição a desastres naturais, sublinhando que a solução exige um novo paradigma económico assente em comunidades resilientes e economias orientadas para o bem comum.
Defendeu ainda que as cooperativas incorporam, na sua própria natureza, a responsabilidade social, proporcionando inclusão e prevenindo novas formas de exclusão. Na mesma manhã, os Estados-Membros adotaram uma declaração política que reconhece o papel das cooperativas e da economia social e solidária nos ODS, especialmente no trabalho digno (ODS 8) e na erradicação da pobreza (ODS 1), dando novo impulso ao compromisso global com a Agenda 2030.
Para mais informação consultar aqui: The International Cooperative Alliance concludes the High Level Round table on Strengthening Three Pillars of Social Development at the World Social Summit | ICA
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Perspetivas cooperativas: olhares internacionais e lições locais
Entre os dias 18 à 20 de novembro realizou-se uma conferência internacional em Trento (Itália) que proporcionou uma oportunidade para dirigentes cooperativos, responsáveis políticos e especialistas internacionais se reunirem e partilharem conhecimentos sobre políticas de apoio ao papel das cooperativas na resposta aos desafios atuais e futuros.
O evento foi organizado pelo Centro da OCDE de Trento para o Desenvolvimento Local, em colaboração com a Federação Trentina da Cooperação (Itália) – que celebra em 2025 o seu 130.º aniversário – com o apoio da Skopia (Itália), do Euricse – Instituto Europeu de Investigação sobre Empresas Cooperativas e Sociais – e da Universidade de Trento (Itália).
Para mais informação consultar: Co-operative perspectives: international insights and local lessons
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Mapeamento das competências para a inovação social: participe no inquérito ESIC
O projeto European Social Innovation Campus (ESIC), lançou um inquérito à escala europeia dirigido a estudantes, docentes e profissionais. O objetivo é perceber quais as competências necessárias hoje e quais serão cruciais amanhã para apoiar o crescimento da inovação social na Europa. As respostas recolhidas irão alimentar o Skills Monitor, uma ferramenta que ajudará os operadores da economia social a prepararem-se para os grandes desafios dos próximos anos: transição verde e digital, inclusão e novos modelos de inovação social. Os participantes contribuirão diretamente para a construção de um mapa atualizado e concreto das necessidades em termos de competências.
Convidam-se todas as pessoas interessadas a preencher o inquérito e a contribuir para este importante esforço de mapeamento de competências.