Dia Internacional das Cooperativas de 2025
O Dia Internacional das Cooperativas, celebrado este ano a 5 de julho de 2025, ganha especial relevância por ocorrer durante o Ano Internacional das Cooperativas, proclamado pelas Nações Unidas. Diversas iniciativas em todo o mundo estão a ser organizadas para assinalar a importância das cooperativas na construção de um mundo mais sustentável, inclusivo e resiliente.
Em Portugal, a CASES – Cooperativa António Sérgio para a Economia Social em conjunto com a CONFAGRI e CONFECOOP assinalarão esta data com um programa comemorativo especial alinhando com o lema internacional “Cooperativas constroem um mundo melhor”. Mais informações serão divulgadas durante o mês de junho.
A nível internacional, os festejos incluem eventos de grande escala:
- Na sede da ONU em Nova Iorque, o Comité para a Promoção e Avanço das Cooperativas (COPAC) organizará uma cerimónia oficial, reunindo representantes globais para destacar o contributo das cooperativas para a concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
- Em Manchester e Rochdale (Reino Unido), decorre de 2 a 5 de julho o Festival das Cooperativas, que inclui a Assembleia Geral da Aliança Cooperativa Internacional (ICA) a 2 de julho, visitas a cooperativas locais, sessões temáticas e o Congresso Nacional Cooperativo do Reino Unido nos dias 4 e 5 de julho – coincidente com o Dia Internacional.
- Na Colômbia, a ICA-Américas organiza uma Assembleia Regional em Bogotá, centrada no reforço da cooperação regional e no debate estratégico sobre os desafios e oportunidades das cooperativas na América Latina.
Estas celebrações sublinham o papel vital das cooperativas no desenvolvimento económico e social sustentável, reforçando o espírito de solidariedade, democracia e inclusão que caracteriza este modelo empresarial.
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Giuseppe Guerini eleito presidente da Cooperatives Europe
A Cooperatives Europe anunciou a eleição de Giuseppe Guerini como seu novo presidente para os próximos quatro anos. A decisão foi confirmada no dia 02.06.2025 na Assembleia Geral da Cooperatives Europe em Antália, na Turquia.
Guerini foi nomeado pela DGRV (Alemanha), Coop FR (França) e Febecoop (Bélgica). Irá liderar a Cooperatives Europe durante os próximos quatro anos, sucedendo a Petar Stefanov, da CCU Bulgária.
Guerini traz uma vasta experiência cooperativa, tendo sido presidente da CECOP-CICOPA Europe, vice-presidente da CICOPA e membro do conselho de administração da Cooperatives Europe e da Aliança Cooperativa Internacional. É também membro de longa data do Comité Económico e Social Europeu (CESE), onde é autor de mais de 30 pareceres políticos, muitos dos quais relativos à economia social e ao empreendedorismo cooperativo.
Na sua visão para a Cooperatives Europe 2030, Guerini afirmou:
«Estamos a enfrentar profundas transformações em todos os setores cooperativos. A Cooperatives Europe deve estar presente e ativa na definição destas mudanças, defendendo a democracia económica, reforçando o diálogo político e fazendo ouvir a voz das cooperativas.»
Mais informações em: Giuseppe Guerini elected President of Cooperatives Europe – Cooperatives Europe
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PRÉMIOS EUROPEUS DA ECONOMIA SOCIAL
3.ª Edição
A Social Economy Europeu (SEE) lança a terceira edição dos Prémios Europeus da Economia Social. Desde 2021, estes prémios distribuídos por cinco categorias, reconhecem iniciativas de destaque no domínio da economia social (ES), dando-lhes visibilidade junto dos principais atores e representantes institucionais do setor na Europa.
CATEGORIAS:
Formação e educação na economia social: distingue instituições de ensino ou formação (públicas ou privadas) que promovam programas de excelência e inovação no desenvolvimento de competências ligadas à economia social, dirigidos a profissionais ou pessoas com interesse em atuar neste ecossistema.
Planos de ação e estratégias para a economia social dos governos locais: reconhece cidades e regiões que integrem a economia social nas suas estratégias de desenvolvimento económico e social, com impacto territorial e articulação com atores locais.
Habitação: premeia organizações da economia social que apresentem soluções habitacionais acessíveis e sustentáveis, como cooperativas de habitação, habitação social ou modelos de community land trust.
Energia limpa: valoriza projetos da economia social que ofereçam soluções energéticas limpas, locais e geridas pelos consumidores, promovendo a autonomia energética e combatendo a inflação energética.
Inovação nas empresas sociais para a integração profissional – com o apoio da ENSIE – European Network of Social Integration Enterprises: destaca práticas inovadoras de empresas sociais de integração que promovam o acesso ao emprego e à inclusão de pessoas vulneráveis, como desempregados de longa duração ou pessoas com deficiência.
QUEM PODE PARTICIPAR?
A elegibilidade depende da categoria:
📖 Formação e Educação na ES: Instituições de ensino ou entidades de formação, públicas ou privadas.
🏢 Planos de ação e estratégias para a economia social dos governos locais: Municípios e regiões de qualquer país (desde que incluídos na lista de países elegíveis abaixo indicada).
🏠🔋 Habitação e Energia limpa: Apenas as entidades da economia social, (cooperativas, mútuas, associações, fundações, empresas sociais, etc.).
💡 Inovação nas empresas sociais para a integração profissional: Empresas sociais de inserção que promovam a inclusão de pessoas vulneráveis no mercado de trabalho.
De notar que, em termos geográficos podem candidatar-se apenas as organizações sediadas na UE-27, Balcãs Ocidentais (Albânia, Bósnia-Herzegovina, Macedónia do Norte, Montenegro, Kosovo e Sérvia), Parceria Oriental (Arménia, Azerbaijão, Bielorrússia, Geórgia, República da Moldávia e Ucrânia), Turquia, Países do Mediterrâneo Meridional (Argélia, Egito, Israel, Jordânia, Líbano, Líbia, Marrocos, Palestina, Síria e Tunísia), Reino Unido e Estados-Membros da EFTA (Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça).
COMO PARTICIPAR?
As candidaturas estão abertas até 16 de junho de 2025 e devem ser submetidas aqui: Submeter candidatura.
A cerimónia de entrega dos prémios ocorrerá durante a Semana da Economia Social da UE (15-18 setembro, Múrcia).
Para esclarecimento de dúvidas, deverá ser utilizado o seguinte contacto: [email protected]
Mais informações em: Last days to submit nominations for the third edition of the European Social Economy Awards | Social Economy News
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Ligar para a Mudança: Transição Digital Transformadora
No passado dia 19 de maio realizou-se a segunda sessão técnica da Plataforma de Economia Social e de Proximidade da UE, “Connecting for Change: Transição Digital Transformadora”, que explorou o papel das práticas digitais éticas e da partilha de dados na economia social e de proximidade. Gianluca Pastorelli, presidente da Diesis, apresentou o Código de Conduta para a Partilha de Dados, seguido das contribuições de Kasper Hallenborg sobre a “IA ética na saúde” e de Irene Oliva Rodríguez sobre o projeto “COMHOM para lidar com a falta de habitação”. As sessões de discussão, lideradas pelas Embaixadoras da plataforma Anne Rosken e Marta Campo, com facilitação adicional de Ilana Gotz, gestora sénior de projetos na EURICSE, focaram no papel da IA e dos dados abertos na economia social. A terceira sessão técnica está agendada para o dia 27 de junho, com o tema “Comunidades Resilientes: Soluções Locais para o Crescimento Social e Económico”
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Colóquio internacional de investigação sobre cooperativas
Nos dias 30 e 31 de maio, por ocasião do Ano Internacional das Cooperativas, Trento acolheu o Colóquio Internacional sobre Investigação Cooperativa, organizado pelo EURICSE em colaboração com a Aliança Cooperativa Internacional – Comité Global sobre Investigação Cooperativa, a rede EMES, o CIRIEC International, a Universidade de Trento e com o apoio da Federação Trentina de Cooperativas. Mais de 50 académicos de 18 países reuniram-se para discutir o futuro da cooperação na economia social.
A discussão centrou-se em quatro temas principais: a evolução das cooperativas e as novas formas emergentes, o seu papel na transição ecológica e democrática, a dinâmica do trabalho e da participação e a ligação entre a investigação académica e a prática cooperativa.
Um dos momentos mais significativos foi a intervenção do economista Jean-Louis Laville (CNAM Paris – EMES), que apresentou novas perspetivas sobre práticas emergentes e questões de investigação, reforçando a visão das cooperativas como uma força motriz para a inovação social e a mudança sistémica.
Mais informações em: International Research Colloquium on Cooperatives Programme – Euricse
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Primeira reunião do Intergrupo do Parlamento Europeu sobre Economia Social e Serviços de Interesse Geral
Em 13 de maio, o Parlamento Europeu, em Bruxelas, acolheu a primeira reunião do Intergrupo sobre Economia Social e Serviços de Interesse Geral, criado após as recentes eleições europeias. A reunião, dedicada à próxima revisão da Diretiva relativa aos contratos públicos, permitiu aos participantes debater a importância de uma economia que trabalhe para o interesse coletivo. O evento foi organizado pela Social Economy Europe (SEE) e pela SGI Europe, em colaboração com o Parlamento Europeu, e contou com a participação da Vice-Presidente Executiva da Comissão Europeia e Comissária para as Competências, Educação, Emprego de Qualidade e Direitos Sociais, Roxana Minzatu, juntamente com altos funcionários governamentais e deputados do Intergrupo.
Neste encontro destacou-se a importância de integrar critérios sociais nas compras públicas. Várias figuras institucionais, incluindo a Vice-Presidente da Comissão Europeia, Roxana Minzatu, defenderam uma abordagem centrada nas pessoas e no impacto social. A eurodeputada Maravillas Abadía e a vice-primeira-ministra espanhola Yolanda Díaz apelaram a uma revisão ambiciosa da diretiva, sublinhando o papel da economia social como motor de desenvolvimento sustentável. A Comissão Europeia reafirmou o seu compromisso com a economia social, prevendo rever o Plano de Ação Europeu. O encerramento da Unidade de Economia Social da DG GROW foi lamentado, mas os participantes reforçaram a relevância estratégica deste setor para o futuro da UE.
Mais informações em: First Meeting of the European Parliament’s Intergroup on Social Economy and Services of General Interest | Social Economy News
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A Rede Europeia de Cidades e Regiões para a Economia Social (REVES) apela à ação para intensificar o compromisso e o trabalho em prol da coesão social, da economia social e da democracia
A Rede Europeia de Cidades e Regiões para a Economia Social (REVES) realizou um evento no dia 14 de maio, acolhido pela cidade de Estrasburgo, com a participação de representantes das cidades e regiões membros da REVES, outras cidades e regiões que partilham os valores da economia social e representantes dos atores europeus da economia social. Nele, e através de um apelo à ação, foi promovida uma recolha de assinaturas para que as instituições europeias, os governos e as administrações locais e regionais intensifiquem o seu compromisso e trabalho em prol da coesão social, da economia social e da democracia.
A Rede REVES apela às regiões para que façam ouvir a sua voz, para que a economia social seja reconhecida pelo seu contributo e pelas medidas que exigem para o futuro desta economia europeia.
No seu site, a REVES salienta que a economia social é simultaneamente uma força para a boa cidadania e o empreendedorismo na União e uma economia resiliente, que promove o interesse geral e oferece soluções inovadoras para muitos problemas sociais, ambientais e democráticos.
«É uma economia que emprega pessoas em toda a sua diversidade e sustenta a vitalidade das comunidades, contribuindo para tornar visíveis aos cidadãos a realização dos valores e objetivos da União Europeia», afirmam.
Um convite aos governos para implementarem ações concretas
Na carta, a REVES salienta que os governos e as administrações dos países e regiões europeias devem reforçar as suas medidas de promoção da economia social e dos setores que nela estão envolvidos. Apelam a medidas como a formulação de uma visão mais clara da economia social e das empresas sociais; o estabelecimento e a revisão de estratégias e planos de ação nacionais para a economia social; e a promoção, através de estruturas, plataformas e mecanismos adequados, de um melhor diálogo e cooperação entre os níveis nacional, regional e local sobre questões relacionadas com a economia social.
Apelam também à atribuição de mandatos claros em matéria de economia social às autoridades estatais, regionais e municipais; à promoção do envolvimento da ESS no diálogo social a nível nacional e da UE e, em última análise, à contribuição ativa para o desenvolvimento de programas e ações destinados a promover a economia social e o desenvolvimento sustentável em geral, bem como para a luta contra as tentativas, como lhes chama a REVES, de «greenwashing» e «social laundering».