A importância das IPSS na economia portuguesa | Pe. Lino Maia – Jornal de Negócios

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O emprego remunerado na economia social, ao atingir 6% do emprego total, revelou uma capacidade empregadora superior a ramos de atividade tradicionalmente caracterizados pela utilização intensiva de trabalho.

A quantificação da importância económica das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) é apenas possível de forma aproximada, dadas as lacunas que ainda persistem em matéria de recolha e sistematização da informação estatística sobre este setor de atividade económica. Da informação estatística disponível, aquela que melhor se aproxima do universo de atuação das IPSS é a informação apurada pela Conta Satélite da Economia Social (CSES) 2013, que resultou de um estudo elaborado no âmbito do protocolo de cooperação entre o Instituto Nacional de Estatística (INE) e a Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES). A CSES abrange a totalidade das organizações que atuam no domínio da designada economia social, agrupadas em cinco grupos, designadamente cooperativas, mutualidades, misericórdias, fundações e associações e outras organizações da economia social.

Segundo dados da CSES, em 2013, a economia social representou 2,8% do Valor Acrescentado Bruto (VAB) nacional e 6% do emprego total remunerado, sendo responsável pelo pagamento de 5,2% do total das remunerações. Em 2013, o ano em que se terá atingido o “pico” da crise económica e financeira, o setor da economia social revelou um comportamento económico francamente positivo quando comparado com o da economia nacional, em contraciclo, registando 61.268 entidades (em 2013) contra 55.383 (2010), um crescimento de 10,6% neste período. Ou seja, a economia social registou um aumento substancial em número de entidades, assim como do seu peso no emprego total e no emprego remunerado na economia nacional, além de um aumento da remuneração média por trabalhador face à média nacional, em comparação com os resultados apurados na CSES com dados de 2010. O contributo da economia social para a criação de riqueza (VAB) nacional manteve-se estável, o que significa, atendendo à redução do VAB nacional, que registou neste período, em termos relativos, um ligeiro acréscimo. Também se verifica que, em 2013, a economia social esteve presente transversalmente em todas as atividades económicas. As mais de 61 mil entidades registadas em 2013 na economia social estão presentes em todas as regiões NUTS III de Portugal, mas, constata a CASES, que se localizam com maior intensidade na Área Metropolitana de Lisboa (23%) e na Área Metropolitana do Porto (11,7%). Destas 61 mil entidades, 5.584 (9,1%) são IPSS.
Da análise comparativa do VAB e do emprego da economia social com alguns ramos de atividade da economia nacional, é possível apreender melhor a sua importância. Verificou-se que o VAB da economia social registou um valor superior a atividades como eletricidade, gás, vapor e ar frio, agricultura, silvicultura e pesca e ainda agroindústria e telecomunicações.

Já o emprego remunerado na economia social, ao atingir 6% do emprego total, revelou uma capacidade empregadora superior a ramos de atividade tradicionalmente caracterizados pela utilização intensiva de trabalho, como as “Atividades Financeiras e de Seguros” e as “Telecomunicações”.

Destacando destes dados, a informação relativa às IPSS, e que evidencia o seu papel e preponderância no desempenho global da economia social, verifica-se que as mais de 5.500 instituições (9,1%) do total representaram 43% do VAB, 44,1% das remunerações e 60,4% do emprego remunerado.

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