Medindo as cooperativas: implementando as diretrizes da OIT
Dados confiáveis são essenciais para compreender o papel das cooperativas no trabalho decente e no desenvolvimento sustentável. O estudo “Implementando as diretrizes da OIT relativas às estatísticas das cooperativas: insights de cinco países (2025)” ilustra como colocar em prática a primeira norma estatística internacional sobre cooperativas, adotada pela OIT em 2018. Com base nas experiências da Costa Rica, Itália, Coreia do Sul, Turquia e Tanzânia, o relatório fornece recomendações práticas para fortalecer as estatísticas cooperativas.
Um resumo do estudo está agora disponível no site da OIT.
Consultar aqui: https://euricse.eu/en/measuring-cooperatives-implementing-the-ilo-guidelines/
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Conferência Internacional EMES sobre Empreendedorismo Social
O programa preliminar da 10ª Conferência Internacional EMES sobre Empreendedorismo Social já está disponível online.
A conferência, intitulada «Scaling Through Communities: The role of Social Entrepreneurs and Social Enterprises in boosting societal transitions» (Expandir através das comunidades: o papel dos empreendedores sociais e das empresas sociais na promoção das transições sociais), será realizada de 3 a 7 de novembro de 2025, em colaboração com a Rotterdam School of Management, a Erasmus University e a Utrecht University.
Mais informação: https://euricse.eu/en/emes-international-research-conference-on-social-enterprise/
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Forjar alianças para a dupla transição: Proximidade e Economia Social – evento online
O evento online «Forjar alianças para a dupla transição: proximidade e economia social na nova agenda da UE» terá lugar no dia 6 de outubro de 2025, das 10h00 às 12h00 CEST. Este evento marca um momento crucial para as partes interessadas empenhadas em reforçar o papel da proximidade e da economia social na nova agenda da Comissão Europeia. As inscrições para o evento já estão abertas, e todas as partes interessadas são calorosamente convidadas a participar.
Esta sessão de alto nível incidirá sobre o papel fundamental das alianças na promoção do crescimento sustentável e inclusivo através do ecossistema da proximidade e da economia social. Os participantes terão a oportunidade de ouvir oradores de renome e partes interessadas relevantes, que destacarão as contribuições vitais do ecossistema para a inovação, a resiliência e a competitividade.
O programa inclui insights da Nova Bauhaus Europeia e contará com discussões focadas no futuro da inovação social e na implementação do Plano de Ação para a Economia Social. Também serão exploradas sinergias com outras plataformas de apoio às partes interessadas, como a Plataforma de Turismo da UE e a Plataforma do Ecossistema Têxtil da UE.
Os participantes também terão a oportunidade de participar de uma sessão de perguntas e respostas ao vivo e descobrir as próximas iniciativas relevantes para a comunidade. Clique aqui para se inscrever neste evento!
Para mais informação consultar aqui: https://euricse.eu/en/forging-alliances-for-the-twin-transition-event-online/
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Prioridades da Comissão Europeia: indústria e inovação em destaque, economia social relegada
No dia 10 de setembro, Ursula von der Leyen proferiu o seu primeiro discurso sobre o Estado da União Europeia desde a reeleição em junho de 2024. Este momento foi fundamental para delinear as prioridades da Comissão para 2025-2029 e permitir a reação do Parlamento Europeu. O discurso abordou desafios geopolíticos, como a guerra na Ucrânia e a situação em Gaza, e apresentou sete prioridades que se afastam das do primeiro mandato, centrando-se na competitividade e no reforço das indústrias europeias.
Von der Leyen anunciou a criação de um “28.º regime” para empresas inovadoras, um Roteiro para o Mercado Único até 2028 e um Fundo multimilionário para a iniciativa Scaleup Europe. A Cooperatives Europe saudou a medida, defendendo que startups cooperativas, frequentemente excluídas do acesso a financiamento, possam beneficiar, dado o seu elevado potencial de inovação e taxas de sobrevivência acima da média.
Contudo, a dimensão social mereceu apenas uma referência breve, ficando em maior destaque outras iniciativas como a Lei de Empregos de Qualidade, a agenda da habitação ou a Lei da Economia Circular. Também não foram abordados aspetos orçamentais, relevantes no atual contexto europeu. O próximo momento de clarificação será a apresentação do programa de trabalho da Comissão para 2026, prevista para outubro.
Para mais informação consultar aqui: https://coopseurope.coop/news_article/von-der-leyen-ii-priorities-industry-and-innovation-lead-social-economy-sidelined/
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Encontro da Social Economy Europe (SEE) Múrcia: Intergrupo de Economia Social e Serviços de Interesse Geral
A Semana da Economia Social (16 a 18 de setembro de 2025) foi realizada em Múrcia com a reunião do Intergrupo do Parlamento Europeu sobre Economia Social e Serviços de Interesse Geral, integrada na Cimeira Europeia da Economia Social, organizada pela Social Economy Europe (SEE). Esta plataforma promove a inclusão da economia social nas políticas da UE e acompanha a implementação do Plano de Ação para a Economia Social (PAES).
Na sessão de abertura, Juan Antonio Pedreño, presidente da SEE, destacou a importância da cooperação entre instituições, governos e cidadãos, sublinhando a economia social como resposta eficaz aos desafios europeus. Intervenções de representantes da região de Múrcia e eurodeputados como Irene Tinagli reforçaram a ideia da economia social como “realidade vivida” que gera soluções em áreas como habitação, energia e educação.
As mesas-redondas analisaram a execução do PAES e o Quadro Financeiro Plurianual (QFP). Francesco Corti (Comissão Europeia) salientou o papel das compras públicas e dos auxílios estatais, enquanto a eurodeputada Maravillas Abadía alertou para a implementação desigual nos Estados-membros e para a dificuldade de acesso ao financiamento. O ex-ministro eslovaco Branislav Ondruš sublinhou a importância de políticas nacionais e apoio financeiro adaptado. A diretora da SEE, Sarah de Heusch, defendeu a integração da economia social na estratégia industrial da UE, pela sua relevância na resiliência local e nas transições verde e digital.
Na segunda mesa, os debates centraram-se no QFP, com contributos de eurodeputados, do Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa e do Comité Económico e Social Europeu, que defenderam a proteção de fundos como o FSE e o Fundo de Coesão.
A tarde foi dedicada a visitas de campo a cooperativas e projetos de referência em Múrcia, como a Solar Energía, a Hefame, a Alimer, a escola cooperativa Los Olivos e a Sustratos del Sureste, seguidas de uma receção oficial.
Para mais informação consultar aqui:
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Edição 2025 dos Prémios de Economia Social da SEE
Como parte da Cúpula Europeia de 2025 da Social Economy Europe em Múrcia, uma cerimónia de gala ocorreu na quarta-feira, 17 de setembro.
A edição de 2025 dos Prémios de Economia Social, organizada pela Social Economy Europe durante a Cimeira Europeia da Economia Social em Múrcia, distinguiu iniciativas inovadoras em cinco categorias-chave: educação, governança local, habitação, energia limpa e integração social.
Na categoria Educação e Formação, venceu a iniciativa espanhola EdukaCoop, da ANEL, que integra valores cooperativos em escolas e universidades. Em Governos Locais, o prémio foi para Estrasburgo, reconhecida pelo seu ecossistema cooperativo robusto. Na área da Habitação, destacou-se a cooperativa catalã Sostre Cívic, que oferece soluções comunitárias acessíveis a mais de 550 famílias. Em Energia Limpa, a francesa Association des Centrales Villageoises foi premiada pelo envolvimento dos cidadãos na produção de energia renovável. Já em Integração Social (WISE), a vencedora foi a catalã Taller Àuria, que emprega pessoas com deficiência intelectual na produção de perfumes e cosméticos.
Com 140 nomeações de 35 países, os prémios demonstram a diversidade e o impacto da economia social europeia, reforçando o compromisso com inclusão, sustentabilidade e inovação.
Para mais informação consultar aqui: https://www.socialeconomy.eu.org/2025/09/17/recap-2025-edition-of-the-social-economy-awards/
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Economia Social e Cooperativas presentes na Declaração Política da Segunda Cimeira Mundial para o Desenvolvimento Social em Doha
A Declaração Política dos Estados-Membros para a Segunda Cimeira Mundial para o Desenvolvimento Social, que decorrerá em Doha (Catar) de 4 a 6 de novembro, inclui referências explícitas às cooperativas e à economia social e solidária (ESS). O texto foi aprovado a 9 de setembro em Nova Iorque, após negociações intergovernamentais na sede das Nações Unidas, e aguarda adoção formal na Cimeira.
O documento reconhece o papel central da ESS na erradicação da pobreza, na promoção da inclusão social e na transformação social, alinhando-se com o objetivo de “não deixar ninguém para trás” e com a concretização da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A Declaração apoia ainda o empreendedorismo inclusivo, incentivando um ambiente favorável às mulheres, jovens, idosos e pessoas com deficiência, bem como às micro, pequenas e médias empresas, às cooperativas e à ESS.
O texto reafirma o compromisso com a Declaração e Programa de Ação de Copenhaga, reconhecendo o contributo histórico da ESS. Ao todo, contém dez referências às cooperativas ligadas ao emprego, pobreza e desenvolvimento rural; nove a organizações comunitárias na prestação de serviços e proteção social; seis a associações em formação e competências; cinco a grupos de autoajuda e uma a grupos de apoio mútuo.
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Bordéus acolhe Congresso Internacional do CIRIEC e Fórum Global da Economia Social
De 27 a 29 de outubro de 2025, Bordéus será palco do 10.º Congresso Internacional de Investigadores em Economia Social do CIRIEC, sob o lema “O papel da Economia Social e Solidária na transição socioecológica”. O encontro decorrerá na Sciences Po Bordeaux e constitui uma plataforma de referência para académicos, investigadores e profissionais que analisam o impacto da Economia Social e Solidária (ESS) nos desafios globais.
O programa provisório já está disponível e contará com a participação de especialistas de mais de 50 países. Este Congresso celebra uma década de investigação e cooperação, consolidando-se como evento mundial de referência na reflexão sobre a ESS, reconhecida como terceiro pilar da economia, ao lado do setor público e do privado capitalista. Ao longo dos anos, o CIRIEC tem reforçado o papel da ESS na resposta às necessidades sociais, económicas e ambientais de milhões de pessoas.
A edição de Bordéus propõe uma abordagem interdisciplinar, explorando como a ESS pode liderar a transição socioecológica e promover um desenvolvimento justo, verde e inclusivo, essencial para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) num contexto de crises sociais e climáticas crescentes.
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Fórum Global da Economia Social em Bordéus
De 29 a 31 de outubro de 2025, Bordéus acolherá o Fórum Global da Economia Social e Solidária (GSEF), sob o lema “ESS, uma condição para a transição justa para territórios resilientes e o bem-estar dos habitantes”. O evento, que se realiza a cada dois anos, contará com cerca de 4.000 participantes dos cinco continentes, incluindo representantes de governos locais e nacionais, instituições, redes e federações ligadas à ESS.
Pela primeira vez organizado em França, o Fórum sucede às edições anteriores em Seul, Montreal, Bilbao, Cidade do México e Dakar. O objetivo central é promover a partilha de práticas e ideias que consolidem a ESS como modelo económico do futuro, privilegiando o fator humano e os projetos coletivos em detrimento do capital, com foco numa economia de proximidade e de longo prazo.
Tal como nas edições anteriores, o encontro culminará com uma declaração final, onde serão assumidos compromissos políticos que definirão um roteiro de ação para os dois anos seguintes.
O Fórum em Bordéus, a par do Congresso Científico do CIRIEC, insere-se numa sequência decisiva de eventos internacionais, antecedendo a Segunda Cimeira Mundial para o Desenvolvimento Social em Doha (4 a 6 de novembro de 2025).
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O Tribunal de Contas francês alerta para o apoio estatal insuficiente à Economia Social e Solidária em França
O Tribunal de Contas francês publicou o primeiro relatório integral sobre a Economia Social e Solidária (ESS), evidenciando o seu peso e as fragilidades no apoio estatal. Apesar de representar 13,7% do emprego privado e integrar mais de 150.000 entidades, a ESS recebeu em 2024 apenas 16 mil milhões de euros, equivalentes a 7% dos auxílios públicos às empresas. O relatório desmente a ideia de sobre financiamento e sublinha que apenas 4% das entidades beneficiam de subsídios. Recomenda ainda uma estratégia nacional e a criação de uma conta satélite da ESS pelo INSEE referindo como boa prática as Contas Satélite da Economia Social portuguesas.
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O Encontro Ibero-Americano de Economia Social e Solidária foi realizado em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia)
De 8 a 12 de setembro em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia) realizou-se o Iº Encontro Ibero-Americano de Economia Social e Solidária da AECID, um evento internacional que reuniu cerca de 100 representantes de diferentes instituições, organizações internacionais, bem como da sociedade civil e da academia de mais de 19 países e no qual o CIRIEC foi representado por seu Presidente Honorário, José Luís Monzón Campos, e pela Presidente do Observatório Ibero-Americano OIBESCOOP, Inmaculada Carrasco. A CASES foi representada pela Vice-Presidente da Direção, Carla Ventura e pelo técnico responsável pelas estatísticas e dados, Eduardo Pedroso.
O encontro foi promovido pelo Ministério do Trabalho e Economia Social do Governo de Espanha, em conjunto com a Agência Espanhola de Cooperação para o Desenvolvimento (AECID), a Agência Andaluza de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (AACID) e a Escola de Economia Social da Andaluzia. Durante os quatro dias do evento, foi analisada a situação atual do setor e debatido como promover um modelo de desenvolvimento que contribua para a criação de sociedades mais equitativas, justas e sustentáveis onde seja implementado.
As diferentes sessões analisaram os marcos legais e financeiros da região; metodologias estatísticas e de medição de impacto; trabalho nos territórios, nas comunidades ou no gênero, ou o potencial de um modelo de economia social para lidar com a informalidade nos mercados de trabalho.
A economia social no sistema das contas nacionais
O Grupo de Trabalho sobre Estatísticas e Medições na Economia Social e Solidária adotou um importante acordo sobre Estatísticas promovido pelo CIRIEC: “Solicitar às Nações Unidas e sua Divisão de Estatística que incluam um capítulo específico sobre economia social e solidária na próxima revisão do SNA-2008, que estabeleça os critérios de enquadramento para o perímetro da economia social e solidária, e um Manual de Contas Satélites da Economia Social e Solidária, bem como a criação de um grupo de especialistas para o perímetro e identificação dos diferentes atores da economia social e solidária”.
Existem dois sistemas de contas nacionais com um âmbito transnacional, o SCN-2008, que é utilizado para todos, e o SEC-2010, que é uma adaptação do SCN 2008 para a União Europeia. Em nenhum deles é visível a economia social e solidária, que se confunde nos diferentes setores institucionais desses sistemas de contas. Esta ausência constitui um sério obstáculo à produção de estatísticas nacionais com critérios e padrões homogéneos que permitam análises comparativas tanto a nível internacional como intertemporal.
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